segunda-feira, 19 de setembro de 2011

Adversa

Tenho uma inquietude. Tenho mesmo!
Algo que me move, que me bole!
Que as vezes é bom e as vezes é ruim.
Que me faz buscar coisas, mas que tbm me faz desistir delas.
Talvez seja filosofico demais, mas as vezes é como se em tudo buscasse algo de meu.
Me encontrar, me reconhecer em tudo que tenho e faço.
As vezes parece que preciso deixar minha marca em tudo que passa por mim.
Vai ver que busco mesmo é uma identidade.
Porém, como se busca a se mesmo?
As vezes, minha inquietude me leva a inanição.
As vezes é melhor não mexer no que está quieto.
E as vezes é melhor mudar, mudar tudo.
Daí a gente volta e muda tudo denovo.
No fim, acho que tenho fases, como a lua.


Lua Adversa

Tenho fases, como a lua
Fases de andar escondida,
fases de vir para a rua...
Perdição da minha vida!
Perdição da vida minha!
Tenho fases de ser tua,
tenho outras de ser sozinha.

Fases que vão e que vêm,
no secreto calendário
que um astrólogo arbitrário
inventou para meu uso.
E roda a melancolia seu interminável fuso!
Não me encontro com ninguém
(tenho fases, como a lua...)
No dia de alguém ser meu não é dia de eu ser sua...
E, quando chega esse dia, o outro desapareceu...

Cecília Meireles

3 comentários:

  1. Eu acredito em mudanças, mas tento observar sua inquietude. Se for para mudar para melhor, conte comigo, se for para mudar para o pior, conte comigo. Se for para nada fazer, apenas esperarei por você. Te amo e qq forma , jeito e situação.

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  2. Depois eu miu... não aguento esse teu namorado! kkkkk
    Mas voltando pra lua... e quem não é, cara amiga!
    Bjos!

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  3. Esse poema traduz um poco de todos nós. Lindo!
    Sou fã da Cecília, do Mauro e de Você.
    Por que você fica tanto tempo sem escrever? rs.

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